Origens: Samuel Hahnemann
O Dr. Samuel Christian Frederic Hahnneman, nasceu em Meissen, Alemanha, no dia 10 de Abril 1755 e é considerado o fundador da homeopatía por ter concretizado a implementação da lei da similitude “similia similibus curantur” na sequência de uma experiência pessoal realizada com china offici nalis em 1790.
Mas muitos séculos antes de Hahnemann, Hipócrates (460-377 A.C) considerado o “pai da medicina” que nasceu na ilha grega de Cós onde foi professor, já havia enunciado no Corpus Hipocraticus os princípios que definem as maneiras possíveis de tratar um paciente. Para Hipócrates, a função do médico deveria ser a de ajudar a vis medicatrix naturae, ou seja, a força natural de cura, podendo recorrer quer à similia similibus curantur – os semelhantes curam os semelhantes -, quer à contraria contrariis curantur – os contrários curam os contrários.
Como decerto se aperceberam, a metodologia subjacente ao método terapêutico homeopático é diferente da normalmente utilizada pela medicina alopática. A homeopatia unicista não cuida de saber da doença ou patologia em concreto que afecta o paciente. Daí o aforismo conhecido nos meios académicos “em homeopatia não existem doenças, somente existem doentes“. Quando o homeopata procede à anamnese, encara o paciente como sendo uma realidade multíplice que abrange variados sinais e sintomas físicos, emocionais e mentais, e procurará identificar a causa primeira que lhe provocou a alteração da energia vital e conduziu à enfermidade.
Podemos sintetizar as diferenças entre a homeopatia e a alopatia em cinco aspectos:
1) A homeopatía vê a doença como um conjunto de desequilíbrios que afectam o paciente (físicos, emocionais e mentais) segundo uma perspectiva de globalidade, e a alopatía encara a enfermidade segundo uma perspectiva material: a doença em si, e não o paciente;
2) A experimentação ou ensaio do remédio (patogénese) é realizada em pessoas sãs e tendo em linha de conta as reacções psicológicas do paciente, enquanto que na alopatía a experimentação é realizada em pessoas doentes, utiliza o método placebo nos seus ensaios clínicos e busca somente os efeitos específicos relativos à doença;
3) A homeopatía utiliza substâncias capazes de produzir a mesma enfermidade numa pessoa sã – lei da similitude, similia similibus curantur – e a alopatía utiliza substâncias contrárias à doença aplicando o princípio contraria contrariis curantur;
4) Na homeopatia é observado o principio da infinitesimalidade – corolário da lei de similitude – utilizando-se doses pequenas e muito diluídas, sem toxicidade, enquanto que a alopatía utiliza doses ponderais, mais fortes e concentradas;
5) Daqui resulta uma outra importante diferença que tem a ver com os efeitos secundários dos remédios: em homeopatia são mínimos enquanto na alopatía por vezes temos situações de alto risco.